Cancioneiro popular politico: trovas recolhidas da tradição oral portugueza

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Torres de Carvalho, 1906 - Political ballads and songs - 98 pages

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Popular passages

Page 16 - ... desigualdade entre as duas? Eis um novo problema de solução difícil. Apesar disso, uma quadra açoriana diz: Chama Rita, chama Rita Chama Rita uma mulher Sai de manhã para fora Entra à noite quando quer. A esta opõe-se uma outra, madeirense — ou usada na Madeira: A mulher do chama-Rita (chamarrita?) E' uma santa mulher „ Dá os ossos ao marido A carne a quem ela quer.
Page 14 - D. Miguel chegou á barra, Sua mãe lhe deu a mão, Anda cá, meu querido filho, Não queiras constituição. E cantarolava o folgasão abbade de Pedraça, batendo o compasso na capa dos «Luziadas».
Page 63 - Mas de repente surgiu, Pediu mais Carta, e jogou, Mas apesar de tal carta Tambem afinal ficou. Restava o Sá da Bandeira, Que tinha muito perdido-, Pretendia desforrar-se Fazendo jogo atrevido. Com máu ponto e atrapalhado, Pediu Carta, e pediu mais, E por fim tambem ficou, Olhando para o Vinhaes. Ninguem tinha trinta e um; E os que se tinham ficado, Cada um mostrava o ponto, E estava tudo empatado. Respeitavel personagem, Que todos conhecem bem, E' que tinha no tal bôlo Mais int'resse que ninguem.
Page 68 - Que logo vem ajudal-a, Se dirige aos jogadores E d'esta sorte lhes falia : * Senhores! basta de jogo; Dura tem sido a lição; Agora todos para casa, Se assim o querem ...se não ...» E assim findou a lição ; Oxalá não começara!
Page 49 - Certo dia lá no Porto, Nobre duque da Terceira, Apesar de ser macaco, Cahiu na ratoeira. Eu hei de ir ao Porto Ver o duque da Terceira, As carantonhas que faz Dentro da ratoeira. Vamos atirar ao ninho, Que é o duque da Terceira, Vamos ver as carantonhas Que elle faz na ratoeira. Quem me dera ir ao Porto, Ver o duque da Terceira, Para ver as carantonhas Que elle faz na ratoeira.
Page 1 - ... nos campos d'Otta entre o general francez Margaron e Thereza Maria Quem opprime os Portuguezes, Quem os rouba sem ter do? É esta tropa Franceza De quem é chefe o Junot. Pois então em Portugal Consentem tanto ladrão? Que ha de ser se nelle entraram Promettendo protecção? A entrada d'esta gente Foi com grande intrepidez. Descalços de pé e perna Dois aqui, acolá tres. Uns curando sempre a sarna Com cara de malinados. Outros com fome de rabo Mesmo cahindo a bocados. Mas vejo que os não...
Page 62 - Teve medo de passar. O Saldanha, sempre attento, Cautelloso se mostrava ; Pediu CARTA, e ficou-se ; O Antas observava. Vendo o Bomfim, que no jogo Já dois haviam — ficado, — Quiz mostrar-se mais audaz, Passou . . . Ficou desgraçado.
Page 65 - Jogavam o trinta e um Antas, Saldanha, e Terceira, Casal, Vinhaes e Bomfim, Povoas e Sá da Bandeira. Era o bolo coroa d'ouro, D'estas que tem cunho novo, (i) Que os grandes bem conhecem, Mas que mal conhece o povo.
Page 3 - Por vós, pela patria, O sangue daremos, Por gloria só temos Vencer ou morrer. (2) A'S PORTAS DO INFERNO —Trás, trás. —Quem é? —E' o Intendente ( 3 ) Que vem coxo d'um pé.
Page viii - E talvez se não engane de todo. No que, a meu ver, o povo mostra a sua sabedoria. Creia v. que sou com toda a consideração seu OLIVEIKA MAUTINS.

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