Theophilo Braga e a "Alma portugueza.": Critica aos Doze de InglaterraLivraria Chardron, 1902 - 124 pages |
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Popular passages
Page 10 - Vereis amor da patria , não movido De premio vil , mas alto , e quasi eterno ; Que não he premio vil ser conhecido Por hum pregão do ninho meu paterno. Ouvi : vereis o nome engrandecido Daquelles , de quem sois senhor superno : E julgareis , qual he mais excellente , Se ser do mundo Rei , se de tal gente.
Page 104 - O auctor da Visão dos Tempos teve em vista apresentar-nos a historia da humanidade, resumida nas tendencias mais profundas do sentimento humano atravez das edades. Se o conseguiu absolutamente não o diremos nós. Descer a todos os infernos, voar a todos os paraisos, que a alma do homem tem atravessado desde a hora primeira do seu genesis, não é trabalho de um livro, nein de um poeta.
Page 12 - Que se amor não se perde em vida ausente, Menos se perderá por morte escura: Porque, emfim, a alma vive eternamente, E amor he effeito d
Page 105 - Sapho, agora descubertos n'algum templo da Jonia ou do Pireu. Mas não: o poeta moderno vê-se ali, vê-se ali o artista, que estuda tanto, quanto sente, na arte infinita com que soube juntar n'um poema todos os elementos da vida da Grecia patriarchal. Os amores e os Deuses, os sacrificios e as navegações, o prazer voluptuoso e os fados escuros, tudo ali se enlaça harmoniosamente em volta á mesma concepção, como nos templos d'Attica porticos, altares, estatuas, columnas, todas as formas se...
Page 47 - E' um contentamento descontente ; E' dor que desatina sem doer; E' um não querer mais que bem querer ; E' solitario andar por entre a gente; E...
Page 104 - ... humanidade, resumida nas tendencias mais profundas do sentimento humano através das edades. — Se o conseguiu absolutamente não o diremos nós. Descer a todos os infernos, voar a todos os paraizos, que a alma do homem tem atravessado desde a hora primeira do seu genesis, não é trabalho de um livro, nem de um poeta. Victor Hugo não o chegou a fazer na sua Legenda dos Seculos.
Page 47 - E um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; E nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; E servir a quem vence, o vencedor; E ter com quem nos mata lealdade.
Page 105 - Arcadia, que nos achamos mais de uma vez duvidosos se é um homem do seculo xix que escreve, se um antiquario que publica alguns cantos ineditos de Anacreonte ou Sapho, agora descobertos n'algum templo da Jonia ou do Pireu. Mas não : o poeta moderno vê-se ali, vê-se ali o artista, que estuda tanto, quanto sente, na arte infinita com que soube juntar n'um poema todos os elementos da vida da Grecia patriarchal.
Page 104 - Mas, que monta isso ? O que a arte pedia aqui não era a totalidade dos periodos historicos, mas sim a verdade de um ou alguns d'elles. As edades que o poeta tocou com a sua vara magica erguem-se vivas no seu poema, e quaes foram, quaes deveriam ser, verdadeiras, sentidas, levantam-se e apparecem brilhantes de realidade, movendo-se no largo campo da arte.
Page 102 - Esta creação das divindades com a forma, com as paixões do homem, é a passagem do naturalismo, ou a apotheose das forças physicas da natureza, para a religião da metaphysica. E que altar mais risonho do que a...