Revista da Academia Brasileira de Letras, Volumes 9-10

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Academia Brasileira de Letras, 1921 - Brazil
 

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Popular passages

Page 182 - Aí vinham a cobiça que devora, a cólera que inflama, a inveja que baba, ea enxada ea pena, úmidas de suor, ea ambição, a fome, a vaidade, a melancolia, a riqueza, o amor, e todos agitavam o homem, como um chocalho, até destruí-lo, como um farrapo.
Page 182 - Então o homem, flagelado e rebelde, corria diante da fatalidade das coisas, atrás de uma figura nebulosa e esquiva, feita de retalhos, um retalho de impalpável, outro de improvável, outro de invisível, cosidos todos a ponto precário, com a agulha da imaginação; e essa figura, — nada menos que a quimera da felicidade, — ou lhe fugia perpetuamente, ou deixava-se apanhar pela fralda, eo homem a cingia ao peito, e então ela ria, como um escárnio, e sumia-se, como uma ilusão.
Page 89 - P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa, Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! Meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silencio, Musa . . . chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto!...
Page 128 - Era um sonho dantesco ... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros . . . estalar de açoite . . . Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar.
Page 182 - Os séculos desfilavam num turbilhão, e, não obstante, porque os olhos do delírio são outros, eu via tudo o que passava diante de mim — flagelos e delícias — desde essa coisa que se chama glória até essa outra que se chama miséria, e via o amor multiplicando a miséria, e via a miséria agravando a debilidade.
Page 58 - Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança . . . Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança, Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!
Page 40 - Castro Alves foi uma inspiração elevada e uma intelligencia nobre; seu maior titulo é o de tef posto seu talento ao serviço da causa da emancipação, da liberdade, e da pátria.
Page 76 - Non è fantin che si subito rua « Col volto verso il latte, se si svegli Molto tardato dall'usanza sua, Come fec'io, per far migliori spegli Ancor degli occhi, chinandomi all'onda Che si deriva, pel-che vi s'immegli.
Page 190 - No chão, onde jazia, levada do medo e da dor, e após algum tempo de luta a escrava abortou. O fruto de algum tempo entrou sem vida neste mundo, entre os gemidos da mãe e os gestos de desespero do dono.
Page 7 - Palpita em sua obra o poderoso sentimento da nacionalidade, essa alma da pátria, que faz os grandes poetas, como os grandes cidadãos. Não se admire de assimilar eu o cidadão eo poeta, duas entidades que no espírito de muitos andam inteiramente desencontradas. O cidadão é o poeta do direito e da justiça; o poeta é o cidadão do belo e da arte.

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